segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Resenha: Quando os pais se separam - Marge Heegaard



HEEGAARD, M. Quando os pais se separam: as crianças podem aprender a lidar com a tristeza do divórcio. Porto Alegre: Artmed, 2008. p 44.

O livro escrito por Marge Heegaard foi traduzido para lingua portuguesa por Maria Adriana Veríssimo Veronese e publicado em 2008 pela Editora Artmed, foi criado para ajudar crianças que tem pais divorciados ou que estão em processo de divórcio. Através das atividades contidas no livro a criança aprende a lidar com esta situação e tende a elaborar com mais facilidade os sentimentos envolvidos no processo de separação.

As atividades propostas estão divididas em seis etapas:
I. A mudança faz parte da vida – Traz questões relacionadas às mudanças naturais da vida e as opcionais, que muitas vezes são decisões que os pais precisam tomar, levando a criança a pensar nelas e expor seu ponto de vista para, assim, com a orientação adequada, tomar consciência dos fatos de acordo com as circunstâncias reais. Aqui, o profissional poderá identificar maneiras de lidar com as mudanças relacionadas ao divórcio e a mudança pessoal da criança.
II. Compreendendo o divórcio – Nesse momento a criança vai expor e ser conduzido ao entendimento dos conceitos de casamento e divórcio, bem como as perdas relacionadas ao fato. O psicólogo poderá identificar concepções errôneas e a atribuição de culpa da criança, bem como conduzi-la a reconhecer mudanças pessoais previamente identificadas.
III. Sentimentos sobre o divórcio – A criança vai identificar, reconhecer e nomear sentimentos básicos e difíceis, quando ela sente e em qual parte do corpo, bem como a intensidade e freqüência também podem ser averiguadas. O psicólogo poderá conduzir a criança a compreender seus sentimentos e mostrar que é permitido sentir, que não é errado sentir, que existem diversas formas de lidar com o que sentimos.
IV. Expressando sentimentos – Auxilia a criança a identificar medos, preocupações e comportamentos que elas tem diante dos fatos, mostrando alternativas e atribuindo responsabilidades os próprios atos e que compartilhar sentimentos e chorar são atitudes saudáveis. O psicólogo poderá identificar concepções não sadias e conduzir a criança a pensar em alternativas mais adaptativas e menos agressivas, bem como levá-las a identificar o lado positivo das coisas diante da mudança.
V. Vivendo com pais divorciados – Auxilia a criança a reconhecer os sentimentos dos pais e buscar informações quando tiverem duvidas, estimulando a confiança e a comunicação nas relações e consequentemente a auto-estima, bem como suas atribuições enquanto filhos, identificando seu papel e o limite de suas responsabilidades. O psicólogo pode explorar esse aspecto questionando a criança quanto às atribuições que ela acredita serem dela e a agir de forma a expressar suas vontades e necessidades.
VI. Vivendo bem num mundo em mudança – Leva a criança a identificar suas potencialidades e limitações, a pensar sobre as coisas boas com as quais poderá realizar com o pai e com a mãe, compreendendo que isso acontecerá separadamente de agora em diante e que cada um lhe proporcionará momentos e vivências diferentes e que a vida está sempre mudando, por isso é importante saber lidar com elas e os sentimentos que vem junto. O psicólogo poderá mostrar os pontos positivos e negativos de tudo e a importância de pensar nas dificuldades, sensações e sentimentos para assim buscar formas emocionalmente mais inteligentes de lidar com elas. 
É importante frisar que mudanças, dificuldades, obstáculos vão sempre existir, mas a criança é capaz de superá-las, e que agora ela está pronta para seguir em frente, seja numa nova etapa da terapia ou finalizando os atendimentos.
Este livro tem uma linguagem  facilitada e é uma ferramenta excelente para trabalhar o tema com as crianças e ainda pode ser explorado além da sua proposta real, de acordo com a criatividade do Terapeuta e traz uma série de aspectos emocionais, cognitivos, afetivos, sociais e educacionais que podem ser identificados e trabalhados pelo psicólogo posteriormente no acompanhamento psicoterápico, podendo também ser utilizado pelo psicopedagogo. Eu recomendo!

Sobre o autor: Érika Chagas é Graduada em Psicologia, Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Interesse nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional, Psicopedagogia e Educação. Atuação Clínica com Psicodiagnóstico, Avaliação psicológica e Acompanhamento Psicoterápico na linha da TCC - Terapia Cognitiva Comportamental; e Avaliação Psicopedagógica. Facebook

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