segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O significado do brincar infantil


O Significado do Brincar 
O brincar é um procedimento necessário enquanto ferramenta de intervenção ou instrumento de comunicação no atendimento psicológico infantil, uma vez que fornece à criança um ambiente planejado e enriquecido que possibilita a aprendizagem de habilidades. O que vai diferenciar o brincar em termos de conceito, definição e função é o referencial teórico utilizado pelo profissional, podendo significar instrumento de exploração do mundo, expressão dos sentimentos ou meio de comunicação (GUERRELHAS et. al., 2000). 

 

O autor complementa que a adoção de uma abordagem terapêutica infantil baseada no brincar, por vezes, está ligada a questões a cerca do desenvolvimento do repertório básico do comportamento. A criança não tem um repertório amplamente desenvolvido, bem como uma história de aprendizagem, um rol de habilidades sociais, de linguagem física e motora necessária para estabelecer um padrão de interação com o ambiente a ponto de se beneficiar de uma terapia puramente verbal. 
Deste modo, a situação lúdica é utilizada na aplicação direta de procedimentos de manejo de contingências.  A brincadeira pode ser usada como paliativo aos comportamentos indesejados e fator relacional na aprendizagem de habilidades sociais, já que crianças absorvem melhor através do lúdico, as informações que lhe são passadas.
O uso do lúdico, exigido neste grau de ensino, prevê o emprego de metodologias agradáveis e utilizando-se da brincadeira como ferramentas de aprendizagem podemos observar que estes, proporcionam uma diversão que por si só já predispõe a criança para a aprendizagem, além de trabalhar questões relacionadas a limites do tempo, do espaço e das regras, também contribui para o espírito de criatividade, cooperação, formação da auto-estima e do autoconhecimento (NISKIER, 1996).
O brincar e o jogo não são apenas atividades realizadas sem um objetivo ou propósito, para que aconteça a inserção ou o reforço das habilidades sociais através dos mesmos, faz-se necessário utilizar o treino. Brincar com as crianças e permitir o tempo necessário para que elas possam criar requer do adulto muita paciência e disciplina, observar sem interferir em determinadas atividades infantis, garante o próprio espaço/limite de ambos, além da disponibilidade para (re)aprender a brincar como forma de reforço da atividade infantil (KISHIMOTO, 1999).
Se bem trabalhadas, as habilidades terão como conseqüência o reconhecimento das emoções, do comportamento e de como falar sobre elas, expressá-las, lidar com o próprio humor e com sentimentos negativos, tolerar frustrações e desenvolver a tolerância (DEL PRETTE, 2005).
Atualmente, muitos terapeutas comportamentais infantis tem se utilizado de atividades lúdicas e brincadeiras estruturadas para trabalhar a solução de problemas ou prevenção de dificuldades futuras. Assim, é possível observar o papel do jogo nas fases do desenvolvimento infantil, identificar conflitos e entender a forma de conhecer o mundo da criança (KLAUS e KENNELL, 2000).
 
Referência Bibliográfica 

DEL PRETTE, Z. A. P.; DEL PRETTE, A. Psicologia das habilidades sociais na infância. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. 

GUERRELHAS, F., Bueno, M. e Silvares, E. F. M. Grupo de ludoterapia comportamental x Grupo de espera recreativo infantil. Revista Brasileira de Terapia comportamental e Cognitiva. Vol 2, n.2, julho/dez. 2000. 

KISHIMOTO, T. M. (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1999. 

KLAUS, M.H.; KENNELL, J.H.; KLAUS, P.H. Vinculo: construindo as bases para um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 

NISKIER, A. LDB: a nova lei da educação – tudo sobre a nova lei de diretrizes e bases da educação nacional – uma visão crítica. Rio de Janeiro: Consultor, 1996.

Sobre o autor: Érika Chagas é Graduada em Psicologia, Especialista em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Interesse nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional, Psicopedagogia e Educação. Atuação Clínica com Psicodiagnóstico, Avaliação psicológica e Acompanhamento Psicoterápico na linha da TCC - Terapia Cognitiva Comportamental; e Avaliação Psicopedagógica. Facebook

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