HEEGAARD,
M. Quando os pais se separam: as crianças podem aprender a lidar com a tristeza
do divórcio. Porto Alegre: Artmed, 2008. p 44.
O livro escrito por Marge Heegaard foi traduzido para lingua portuguesa por Maria Adriana Veríssimo Veronese e publicado em 2008 pela Editora Artmed, foi criado para ajudar crianças
que tem pais divorciados ou que estão em processo de divórcio. Através das
atividades contidas no livro a criança aprende a lidar com esta situação e tende a
elaborar com mais facilidade os sentimentos envolvidos no processo de
separação.
As atividades propostas estão divididas em seis etapas:
I. A mudança faz parte da vida – Traz
questões relacionadas às mudanças naturais da vida e as opcionais, que muitas
vezes são decisões que os pais precisam tomar, levando a criança a pensar nelas
e expor seu ponto de vista para, assim, com a orientação adequada, tomar
consciência dos fatos de acordo com as circunstâncias reais. Aqui, o
profissional poderá identificar maneiras de lidar com as mudanças relacionadas
ao divórcio e a mudança pessoal da criança.
II. Compreendendo o divórcio – Nesse
momento a criança vai expor e ser conduzido ao entendimento dos conceitos de
casamento e divórcio, bem como as perdas relacionadas ao fato. O psicólogo
poderá identificar concepções errôneas e a atribuição de culpa da criança, bem
como conduzi-la a reconhecer mudanças pessoais previamente identificadas.
III. Sentimentos sobre o divórcio – A
criança vai identificar, reconhecer e nomear sentimentos básicos e difíceis,
quando ela sente e em qual parte do corpo, bem como a intensidade e freqüência
também podem ser averiguadas. O psicólogo poderá conduzir a criança a
compreender seus sentimentos e mostrar que é permitido sentir, que não é errado
sentir, que existem diversas formas de lidar com o que sentimos.
IV. Expressando sentimentos – Auxilia a
criança a identificar medos, preocupações e comportamentos que elas tem diante
dos fatos, mostrando alternativas e atribuindo responsabilidades os próprios
atos e que compartilhar sentimentos e chorar são atitudes saudáveis. O
psicólogo poderá identificar concepções não sadias e conduzir a criança a
pensar em alternativas mais adaptativas e menos agressivas, bem como levá-las a
identificar o lado positivo das coisas diante da mudança.
V. Vivendo com pais divorciados – Auxilia
a criança a reconhecer os sentimentos dos pais e buscar informações quando
tiverem duvidas, estimulando a confiança e a comunicação nas relações e
consequentemente a auto-estima, bem como suas atribuições enquanto filhos,
identificando seu papel e o limite de suas responsabilidades. O psicólogo pode
explorar esse aspecto questionando a criança quanto às atribuições que ela
acredita serem dela e a agir de forma a expressar suas vontades e necessidades.
VI. Vivendo bem num mundo em mudança –
Leva a criança a identificar suas potencialidades e limitações, a pensar sobre
as coisas boas com as quais poderá realizar com o pai e com a mãe,
compreendendo que isso acontecerá separadamente de agora em diante e que cada
um lhe proporcionará momentos e vivências diferentes e que a vida está sempre
mudando, por isso é importante saber lidar com elas e os sentimentos que vem
junto. O psicólogo poderá mostrar os pontos positivos e negativos de tudo e a
importância de pensar nas dificuldades, sensações e sentimentos para assim
buscar formas emocionalmente mais inteligentes de lidar com elas.
É importante frisar que mudanças, dificuldades, obstáculos vão sempre existir,
mas a criança é capaz de superá-las, e que agora ela está pronta para seguir em
frente, seja numa nova etapa da terapia ou finalizando os atendimentos.
Este livro tem uma linguagem facilitada e é uma ferramenta excelente para trabalhar o tema com as crianças e ainda pode ser
explorado além da sua proposta real, de acordo com a criatividade do Terapeuta e traz uma série de aspectos emocionais, cognitivos, afetivos, sociais e educacionais que podem ser
identificados e trabalhados pelo psicólogo posteriormente no acompanhamento
psicoterápico, podendo também ser utilizado pelo psicopedagogo. Eu recomendo!
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