Por vezes estudantes e profissionais da
Psicologia apresentam dificuldades e dúvidas quanto as relações terapeuticas.
Não há mistério ou grande segredo nisso. De acordo com a abordagem teórica
ficará mais fácil dicernir o que é coerente dentro do conceito e técnica de
cada da linha. Neste caso, abordarei algumas questões inerentes a Terapia
Cognitivo-Comportamental que tive o prazer de conhecer de perto durante os
estágios clínicos. Boa leitura!!!
Para Alves e
Marinho (2009), a relação está dentro de um conjunto de interações regulares
entre os indivíduos que necessitam de reforço mútuo. Na terapia esta relação é
composta, geralmente, pela díade terapeuta cliente, afim de que o terapeuta, a partir
dos seus conhecimentos e habilidades técnicas, busque e crie as condições necessárias
para que o cliente consiga identificar, perceber e lidar com problemas através
do adequado enfrentamento. Esta relação ocorre de fato no momento em que são
consideradas as qualidades pessoais de um terapeuta, de um cliente e a
interação entre eles em um dado contexto clínico, podendo ser modificada
constantemente devido às peculiaridades, à história passada dos indivíduos e o
surgimento de novas contingências a partir da interação entre estes.
As variáveis
relevantes que levam um terapeuta a decidir por tomar uma direção ou outra
dentro da condução de um tratamento ainda é tópico de estudo e discussão,
porém, compreender o que acontece quando um paciente entra em terapia implica,
entre outras coisas, que os terapeutas relatem o que fazem em sessão, por que o
fazem e como optam por intervir, dadas as características do paciente, de seus
problemas e como mudar o foco da intervenção a partir dos resultados que vão
alcançando, rumo às metas finais. (MOURA, GROSSI E HIRATA, 2009).
Para Ferreira
(1997), todo relacionamento entre pessoas envolve contingências sociais e
algumas regras. Estar consciente, no sentido de conseguir descrevê-las, abre a
possibilidade de lidar com elas de forma mais adequada e eficaz, por criar
condições de maior controle sobre as variáveis envolvidas. O terapeuta ao
responder às regras cria contingências reais para seu cliente, tornando-se
ambos agentes da relação.
Quando tratamos
de uma relação terapêutica pautada em fundamentações teóricas, podemos afirmar
que a Terapia comportamental, além de uma relação profissional que envolve contingências
especificas diferentes das relações informais, estabelece as regras nas quais o
processo vai se basear através do contrato terapêutico que envolve comportamento
governado por regras. Não há garantia que o cliente irá cumpri-las. São apenas contingências
que mantêm um dado comportamento, no entanto, a maneira como o cliente lida com
as regras é uma amostra de seu comportamento, que deve ser considerado na
analise funcional.
Para Ribeiro
(2006) estabelecer e manter uma boa relação terapêutica necessita de uma postura
de exemplo do terapeuta para que o cliente possa responder ás regras dentro da relação,
tendo um modelo de comportamento.
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Referências Bibliográficas
ALVES, N.N.F.; MARINHO, G.I. Relação terapêutica sob a perspectiva analítico-comportamental. Em: FARIAS, A.K.C.R. (Org) Análise comportamental clínica - Aspectos teóricos e estudos de caso. São Paulo: Artmed, 2009. pp. 67-92.
FERREIRA, L.H.S. O que é contrato em terapia comportamental? Em: DELITTI, M. (Org.). Sobre comportamento e cognição: Vol. 2. A prática da análise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Arbytes. 1997. pp. 100-102
MOURA, C. B.; GROSSI, R.; HIRATA, P. Análise funcional como estratégia para a tomada de decisão em psicoterapia infantil. Revista Estudos de Psicologia, Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, v. 26, n. 2, p. 173-183, Abr./Jun. 2009.
RIBEIRO, M.J.F.X. A compreensão do paciente sobre a expectativa da terapia: relações com a construção do contrato terapêutico. Em: GUILHARDI, H. J. & AGUIRRE, N. C. de (Orgs.). Sobre comportamento e cognição: Vol. 18. Expondo a variabilidade. Santo André: Esetec. 2006 p. 174-179.
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